Não havia mesmo como a Fórmula 1 passar incólume ao terremoto que sacode os mercados financeiros no mundo todo. Nesta quarta-feira, o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, deu um recado claro: caso não sejam tomadas medidas extremas para baixar os gastos das equipes, a categoria acaba em dois anos.
- Precisamos de mudanças urgentes, que se não forem feitas até em 2010, deixariam a categoria em sérias dificuldades. Já estava claro que a Fórmula 1 ficou insustentável mesmo antes da crise econômica. Podemos tomar o exemplo das equipes do fundo do grid. Contando o que recebem de Bernie Ecclestone, elas juntam no máximo 40 milhões de euros para a temporada, para gastar de duas a três vezes isso - explica o inglês.
Segundo Mosley, o que garante a sobrevivência dessas equipes menores é o investimento feito por bilionários, como Vijay Mallya (dono da Force Índia) ou Dietrich Mateschitz (dono da Red Bull e Toro Rosso).
- Se não fosse por eles, estas equipes não existiriam mais. Neste ano, tivemos uma equipe independente que fechou (Super Aguri). Se perdermos mais duas ou três, o grid ficará apenas com 14 ou 16 carros. Não teríamos mais credibilidade - apontou.
O presidente da FIA vem adotando uma política de contenção de custos há algum tempo, mas não há exagero no seu discurso. Basta levar em conta que seis equipes recebem apoio de importantes instituições financeiras - justamente o setor que vive um momento delicadíssimo nos dias de hoje.
A associação das equipes, a FOTA, terá de entregar no máximo até dezembro uma proposta para Mosley explicitando onde conter os custos. Mas o dirigente já sinaliza que pode adotar as medidas que achar necessárias, independente do desejo das montadoras envolvidas na F-1.
- É preciso reduzir os custos de motor e de câmbio. Uma equipe pequena paga atualmente cerca de 30 milhões de euros por ano, mas poderia gastar apenas 5% disso, sem que os torcedores na arquibancada notem alguma diferença. Mesmo as montadoras, que gastam mais, adorariam a chance de economizar 100 ou 200 milhões por ano se tivessem a chance disso. Há várias maneiras de impedi-los de gastar tanto, mas seriam necessárias mudanças draconianas - avisou.
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